CRIANÇAS NÃO SÃO TÁBULAS RASAS
maio 20, 2020
Entre altos e baixos, tendo que dar conta das atividades laborais e domésticas, ter atenção ao meu corpo e meus sentimentos, me deparo com um dos grandes desafios da maternidade: acolher as emoções dos meus pequenos. Sim, as crianças não são tábulas rasas. Elas têm muito a nos dizer e ensinar, desde muito cedo. E eu tenho aprendido todos os dias.
São três anos de diferença entre o mais velho, Miguel, de sete anos, e a caçula, Lara, de quatro anos. Ambos fizeram aniversário em abril, no meio de toda a complexidade desse momento o qual vivemos. Bolo, parabéns, pizza, expectativa de receber vídeo-chamadas dos avós, primos, tios, tias e amigos... E todos eles compareceram (virtualmente, claro) de alguma forma para alegrar os pequenos, o que muito contribuiu para tornar esses dias especiais.
As horas se alternam entre produções criativas, aulas, vontade de nada fazer, irritação, raiva, briga entre os irmãos e o momento acolhedor de dormirmos todos juntos se "protegendo" do desconhecido.
Eles enxergam esse momento, cada um à sua maneira, e tentam compreender o que acontece ao seu redor. Não existe algo concluído, ainda é tudo muito desconhecido, amedrontador, mas também conseguem perceber e viver um lado positivo de tudo.
Os questionamentos não param. Eles tentam elaborar o contexto com os recursos que lhe são oferecidos. Há respostas entre o que é real, simbólico e imaginário. E eu? Tento fazer o meu melhor, na certeza de que entre os equívocos e mal entendidos é que podemos nos refazer e construir nosso espaço com muito amor envolvido.
Janaína Mendes
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