COMO VAI TERMINAR ESTA PANDEMIA?

junho 01, 2020


COMO VAI TERMINAR ESTA PANDEMIA? 

Não sabemos.
Mas cuide para que a pandemia do COVID-19 não tenha um início em você.

Estude o passado, se quiser decifrar o futuro.
Confúcio

Como outras pandemias e doenças acabaram?

Febre puerperal

Já houve uma época em que os médicos obstetras não lavavam as mãos e as mortes das parturientes se multiplicavam. Com muita oposição o médico húngaro Ignaz Semmelweis em meados do séc. XIX, após muitas pesquisas, defendeu que a simples higiene da lavagem de mãos seria um fator importante para redução de mortes pela febre puerperal. Conta-se que a falta de conhecimento da época, a ignorância e a estupidez eram tão exacerbadas que o Dr. Ignaz Semmelweis sofreu por sua insistência na higienização das mãos uma internação em um manicômio aonde veio a morrer. E a prática da higiene das mãos só veio a se consolidar depois que os estudos do francês Louis Pasteur, do alemão Robert Koch e do britânico Joseph Lister mostraram a existência dos micróbios e sua influência na causa de doenças.

Poliomielite e AIDS

Após a segunda guerra mundial (1939-1945) grassava no mundo a epidemia da poliomielite. Só nos Estados Unidos em 1952 foram notificados quase 60.000 casos. 3.145 pessoas morreram e 21.269 foram acometidas de algum tipo de paralisia. A enfermidade tinha as crianças como principal grupo de risco, tanto é que a poliomielite é muito conhecida sob a denominação de paralisia infantil. No Brasil houve uma campanha de negacionismo da existência de surtos de poliomielite, especialmente em 1953, inclusive reforçada na imprensa. Mas muitas crianças ficaram paralíticas. Um intenso trabalho de pesquisa foi empreendido pelo médico norte-americano Dr. Jonas Salk com auxílio das células da mulher também norte-americana Henrietta Lacks, o qual culminou com a descoberta da vacina contra a poliomielite. Hoje a poliomielite não foi completamente erradicada, mas a aplicação da gotinha nas crianças diminuiu muito a incidência da paralisia infantil. O Dr. Jonas não cobrou nada pelo uso de sua vacina. Ele a considerou um bem da humanidade, assim como o sol. O Dr. Jonas tentou encontrar uma vacina contra a AIDS, mas depois de cerca de seis anos de tentativas desistiu. Para a AIDS ficou a solução do preservativo sexual e de outros cuidados higiênicos e alguns remédios.

Revolta da vacina

Em 1904 no Rio de Janeiro, na época em que o Rio ainda era a capital do Brasil, houve uma revolta da população carioca contra medidas sanitárias e uma rebelião militar que queria dar um golpe aproveitando a insatisfação do povo ante medidas de modernização do então Presidente da República Rodrigues Alves e do Prefeito nomeado do Distrito Federal, Pereira Passos. O episódio ficou conhecido como a revolta da vacina, pois foi iniciada uma campanha de vacinação contra a varíola e o povo não quis apoiá-la. O motim por parte de alguns militares foi contido, mas a vacinação foi suspensa. O médico responsável pelo combate à varíola foi o Dr. Osvaldo Cruz, que perdeu essa primeira batalha, mas conseguiu reduzir em muito não só a varíola no Brasil como também a febre amarela, a peste bubônica e outras doenças e endemias e consolidou o combate às doenças tropicais no Brasil por meio do instituto que posteriormente recebeu o seu nome: Instituto Osvaldo Cruz, hoje Fundação Osvaldo Cruz, abreviadamente FIOCRUZ. Osvaldo Cruz morreu com apenas 44 anos de idade.

Influenza

Após a primeira guerra mundial (1914-1918) ocorreu entre 1918 e 1920 a pandemia que ficou conhecida como gripe espanhola, causada pelo vírus influenza. Devido ao pouco conhecimento médico da época e deficiência de registros não se conseguiu precisar o número de mortos pelo mundo. Mas estima-se que tenham morrido em consequência dessa pandemia entre um mínimo de 25 milhões e um máximo de cem milhões de pessoas. Na Índia e na China morreram milhões. No Brasil morreram entre 35.000 e 300.000 pessoas. Não foi encontrado nenhum remédio, nem vacina, à época, para a doença. Depois de três ondas de infecção a gripe se extinguiu sem causa aparente por volta de 1920. Os efeitos letais da gripe espanhola sumiram em 1920, mas o vírus continua hospedado em seres humanos em contínuas mutações. O vírus H1N1 é similar ao vírus que protagonizou a gripe espanhola. É justo registrar que esta denominação espanhola não é adequada. A Espanha não foi o berço da influenza, mas acabou emprestando o nome à gripe até por divulgar com mais exatidão e eficiência a progressão da doença em seu território.

A história nos mostra que as pandemias e epidemias têm fim. O importante é resistirmos até lá. Não esqueça da dengue, da zika e da Chicungunya.

Suas respostas aos eventos da vida são mais importantes do que os próprios eventos.
Virginia Satir

Vila Velha, Espírito Santo
30 de maio de 2020
O autogovernado

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